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your friends and neighbors

abril 6, 2008

Teve festa aqui ontem (tecnicamente, anteontem). Tão dizendo por aí que foi uma festa do Twitter, mas a verdade é que tinha vários núcleos: pau-de-arara (os retirantes todos), coleguinhas da facul, esse pessoal do Twitter e algumas pessoas avulsas. Como eu ainda não consegui descobrir por que cargas d’água o Twitter é tão legal, ao passo que os usuários pareciam tão empolgados, não rolou muita interação entre a gente, embora eu tenha vislumbrado algumas pessoas potencialmente legais.

Mas o ponto alto da noite foram os vizinhos. A certa altura, um papel enrolado num barbante cai na janela da gente.

escrito na frente e, no verso, a foto de um deles (o mais bonito, claro) e o e-mail. Era realmente a festa da comunicação social: o cara pede pra ser convidado via papelzinho, mas a resposta
deveria ser dada eletronicamente. Dani e Alberto burlaram essa regra e foram lá no andar de cima convidar os vizinhos: um biólogo e um advogado. O biólogo em meia hora já tinha convencido uma menina a estudar a origem da vida no apartamento dele. O advogado demorou um pouquinho mais sofismando, mas também agarrou.

Lá pelas tantas, toca a campainha e era mais uma vizinha. Ela não queria entrar na festa, queria que as pessoas saíssem dela. Mas ela foi até mais divertida que os outros vizinhos, conversou com bem metade da festa, sem nunca entrar no apartamento. Em determinado momento, deu-se o seguinte diálogo entre ela e uma personagem que será mantida oculta até autorizar a divulgação de sua identidade:

– Eu já morei no primeiro mundo, e lá não é assim!

– Por que você voltou, então?

– Quando eu chamo meus amigos pro meu apartamento, eles vão embora às onze da noite!

– Que tédio.

– Dessa forma eu não consigo dormir!

– Rivotril, conhece?

Eu consegui me controlar pra não rir na frente dela porque estou traumatizado com processos movidos por vizinhos, mas confesso que foi difícil, principalmente quando ela disse que fazia “um mestrado numa ciência social para melhorar esse país”. Gente, é muito altruísmo. A pessoa sai do primeiro mundo pra voltar pra cá e disseminar o que aprendeu. Uma verdadeira muambeira social. Três claps pra você, vizinha.